Recorrer a imagens pornográficas, seja sozinho ou mesmo ao lado de um parceiro, é algo considerado normal e sem grandes consequências na vida sexual. Por ser considerado algo privado e que não causa qualquer dano ao espectador, a atividade por vezes é até incentivada.
Todavia, estudos recentes têm sugerido que em alguns casos a exposição excessiva a material desse tipo pode causar um efeito negativo na vida sexual, especialmente no que diz respeito aos homens. Há indicações de que eles podem enfrentar problemas como disfunção erétil devido aos efeitos da pornografia em seu cérebro.
Fundamentação está em estudo comportamental
A base do raciocínio que aponta essa possibilidade está nos os antigos estudos comportamentais de Pavlov, bastante usados nos fundamentos da psicologia. Um dos experimentos do fisiológo russo Ivan Petrovich Pavlov, que morreu em 1849, mas cuja obra ganhou o prêmio Nobel em 1904, foi dar a um cão um bife suculento. Ao fazer isso, tocava um sino. O animal, naturalmente, salivava ao receber a comida. Depois de um determinado número de repetições, o cientista disparava a campainha sem dar o alimento. Condicionado, o cão salivava em resposta ao toque, mesmo sem receber a carne.
No caso da pornografia, ocorreria algo semelhante. Ao assistir um vídeo ou folhear uma revista com fotos de sexo e masturbar-se, o cérebro da pessoa vincularia a excitação à uma imagem ou a um vídeo, em vez de fazer isso em relação a um encontro sexual com uma pessoa.
Para quem recorre a material pornográfico em grau excessivo, isso pode resultar na demora de conseguir a excitação durante o sexo. Ou seja, o cérebro é programado para “salivar” no momento errado.
Cérebro começa a exigir mais estímulo
Embora a ciência considere um estímulo normal o recurso da pornografia, uma vez que ela ativa os mecanismos de recompensa do cérebro, a mente percebe as imagens como mais agradáveis que os estímulos reais.
Isso, em médio e longo prazos, faz com que o cérebro passe a exigir cada vez mais estímulo quando a pessoa está fazendo sexo para conseguir o mesmo nível de prazer levando o indivíduo a recorrer à pornografia mais pesada em vez de sexo na vida real se tornando mais insensível podendo, até mesmo, ficar com uma visão distorcida sobre as relações sexuais.
Isso acontece, principalmente, em relação à percepção do que é atraente e razoável em relação à parceira. Muitos homens começam a exigir que elas se comportem como estrelas de filme pornô e não se preocupam na reciprocidade durante as relações sexuais.
Como a maioria das mulheres não adota esse comportamento, eles acabam se desapontando na maior parte, se não em todos, os encontros sexuais. Isso é o começo de um problema psicológico que pode desaguar em um caso de disfunção erétil, uma vez que se atinge um grau de extremo desinteresse pelo sexo real obtendo-se a ereção somente através de estímulo com pornografia.
Para combater essa situação é preciso recondicionar o cérebro fazendo com que ele deseje um parceiro humano novamente. Isso inclui parar completamente com a pornografia por um período para recuperar as expectativas reais que permitam desfrutar uma vida sexual plena e satisfatória.